OS 3 MODELOS DE PRODUÇÃO PUXADA

A produção puxada é um dos elementos fundamentais para a grande melhoria de resultados que o Lean Thinking pode proporcionar. Vamos conhecer os 3 modelos clássicos de operacionalização da puxada.

Eduardo Dalla Vecchia

9/13/2022

A produção puxada é um dos elementos fundamentais para a grande melhoria de resultados que o Lean Thinking pode proporcionar. O conceito consiste em produzir somente o necessário, evitando produções excessivas e o aumento dos estoques de forma desordenada. Vamos conhecer os 3 modelos clássicos de operacionalização da puxada.

1️⃣ PUXADA POR REPOSIÇÃO

O modelo mais conhecido de sistema puxado. Funciona com a introdução de supermercados entre as operações e a comunicação das necessidades com o uso de kanbans. Quando o processo consumidor retira uma peça do supermercado, um kanban é encaminhado ao processo fornecedor para fazer a reposição do estoque.

Por trabalhar com estoques controlados entre as operações, costuma funcionar mesmo que alguns problemas vinculados a estabilidade operacional ainda ocorram de forma eventual.

Normalmente é utilizado por empresas que produzem para estoque (MTS) e trabalham com produtos que possuem um ciclo de vida maior, uma vez que essa característica minimiza o risco de sobras e obsolescência dos estoques.

2️⃣ PUXADA SEQUENCIADA

Nesse modelo a demanda é enviada para a primeira operação do fluxo de valor e se utiliza a lógica de FIFO para o fluxo de materiais. Frequentemente utilizado em empresas que produzem sob encomenda (MTO) ou que possuem um mix muito elevado para a criação de estoques intermediários e de produto acabado.

📢 ATENÇÃO! Esse modelo é considerado o mais enxuto, pois não introduz supermercados (estoques) ao longo do fluxo, mas como contrapartida exige um nível mais elevado de estabilidade das operações. Além disso, o FIFO precisa ter um tamanho máximo. Ao atingi-lo, a operação fornecedora deverá parar a operação, caso contrário teremos uma produção empurrada.

3️⃣ PUXADA MISTA

Um sistema puxado misto utiliza as lógicas dos outros 2 modelos. Sendo que podemos ter o modelo sequencial para os produtos MTO e o de reposição para produtos MTS. Outra possibilidade é quando o processo puxador está no meio do fluxo. Nesse caso podemos ter parte do fluxo de valor funcionando com a lógica de reposição e a outra parte de forma sequenciada. Esse modelo pode ser utilizado para minimizar o estoque total da operação e para ter um lead time de produção menor, quando comparado a um fluxo inteiro operando numa lógica sequenciada.

A produção puxada pode ser operacionalizada de várias maneiras e essa definição passa por entender as diversas características do negócio e da operação. Entre os pontos chave que devem ser avaliados, vou destacar o LEAD TIME DE PRODUÇÃO (LTp) x PRAZOS DE ENTREGA (PE). Quando o LTp > PE, sistemas de reposição ou misto devem ser utilizados. Entretanto, empresas com produtos customizados, terão dificuldades em criar supermercados. Nesse caso, a aplicação de modularização e intercambialidade de componentes pode ser uma saída. Para empresas em que o LTp < PE, o sistema sequenciado irá atender as necessidades e funcionará com menores níveis de estoque.